Excesso de ofensividade expõe a defesa do Corinthians

Publicado  segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Com Adilson Batista, que sempre demonstrou ser um treinador corajoso por onde passou, o Corinthians passou a jogar de maneira mais ofensiva. Até a semana passada, elogios rasgados à coragem e a postura da equipe, dona de um dos ataques mais letais do Brasileirão.

O excesso de ofensividade, porém, virou obstáculo nos últimos jogos. Consequência da ausência do forte poder de marcação de Ralf, da maratona de jogos e dos constantes desfalques. Foram oito gols tomados nos últimos quatro jogos. A média de gols tomados, que era de 1,09 gol por jogo com Mano no BR-10, passou a ser de 1,2/jogo.

A virtude virou vilã. E o resultado não poderia ser outro: queda do capitão e líder William, sob alegação de uma melhora na condição física, e a colocação em xeque do setor mais elogiado dos últimos anos: a zaga, que obteve números invejáveis nos últimos campeonatos, inclusive, sendo a defesa menos vazada em algumas das competições.

A situação causa preocupação não apenas na torcida. Jogadores e o próprio treinador não escondem a necessidade de mudança. Não apenas na postura de cada um, e sim, na disposição tática da equipe no jogo.

– A gente tem de analisar algumas coisas. Estamos jogando todas quartas e sábados, com vários desfalques, que provocam a mudança do sistema de jogo. Não sou de ficar lamentando, mas é complicado. Precisamos administrar essa situação e ter paciência – lembrou Adilson.

– Eu acho que perdemos um jogador muito importante, que é o Ralf. Ele dava uma proteção enorme à zaga. Não tem esse volante mais marcador. Os volantes que estão jogando, como têm vocação mais ofensiva, sobem ao ataque. Com isso, ficamos mais expostos – disse Paulo André.

Mano sempre ressaltou a importância de um sistema defensivo confiável para evitar turbulências trazidas por resultados ruins em sequências. É bom Adilson lembrar disso!

O Corinthians não deixa de ser vazado há quatro partidas no Campeonato Brasileiro.

Paulo André - Em coletiva
- Perdemos um jogador importante, que é o Ralf. Os outros volantes, que têm vocação ofensiva, sobem e ficamos mais expostos.

Julio Cesar - No gramado
- A gente tem que saber que a fase não está tão boa assim. Temos de fechar um pouco mais. Muito ofensivo também atrapalha o time.

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